"Na sequência eu e a Fernanda Lupo Photo Explorer percorrermos estradas do Sul ao Norte do Brasil e nos embrenhamos em áreas remotas do mítico Arquipélago do Marajó, maior conjunto de ilhas fluviomarítimas do planeta, na tentativa de realizar uma exigente expedição de caiaque, que foi considerada por alguns como ‘uma das mais duras expedições de Canoagem já empreendidas em rios da Amazônia’, embora prefiro dizer que foi uma das piores experiências que já vivemos. Ao invés de ‘excursionar’ por rios já remados e movimentados, divertindo-se a favor da correnteza, optamos por tentar centenas de quilômetros de forma inédita e minimalista (sem remos reservas, etc.) e por um roteiro considerado impossível por alguns ribeirinhos e barqueiros, devido à passagens secas pela estiagem e por desejarmos subir um dos rios desde a sua foz enfrentando poderosas correntes contrárias de mais de 10 km/h responsáveis por grandes naufrágios.
Interligamos nascentes por extensos campos secos e lamaçais, ficamos presos várias vezes em águas completamente obstruídas, atravessamos perigosos bandos de búfalos (com direito à bombas, berros e subida em árvore), remamos por turnos de até 13 horas e só três ‘esticadas de perna’, tomamos sustos com piranhas voadoras e grande jacarés no breu, sofremos sob péssima higiene e pastamos sob forte tensão no ‘pior trecho de pirataria do Brasil’, zona temida até pelo Exército e pela Polícia Federal - infinitos homicídios (até de expedicionários), alertas diários que seríamos violentados e mortos e ao sabermos da remadora britânica Emma Kelty (degolada dias antes) nem chegamos a nos abalar, pois estávamos amargando nossos próprios dramas pessoais (a Fernanda Lupo raspou o cabelo para parecer homem, nos escondíamos em igarapés, mentíamos para sair vivos, etc.). Prontos para arrastar o caiaque por uns 50 quilômetros, após um pistoleiro nos surpreender durante uma remada noturna e comentários que ‘seríamos saqueados no outro dia’ despachamos nosso barco em um trator e realizamos corridas por solo rachado e sob forte calor, que destruíram os nossos pés. Mas ao final a incomparável riqueza natural e hospitalidade marajoara falaram mais alto." - trecho da nossa 2ª aventura (etapa amazônica) extraído de um artigo sobre o projeto #6hardxpeditions.
Gratidão: LG, Duracell, GORE-TEX e Viva Schin (Patrocínio); Volvo Car Brasil (Veículo Oficial); SOLO, Pé na Trilha Artigos Esportivos, Atlantico Sul Caiaques, Ben Paddles, Meu Dome (Apoio).
Colabore com o projeto 6 Hard Xpeditions, compartilhe esta história!
Comments